A Morte, tão pesarosamente sentida, não é mais que a ausência do corpo da outra pessoa. Daquela pessoa que nos foi especial, pelas mais diversas razões. Poderia ser um pai ou uma mãe; um irmão ou uma irmã, um amigo mais querido, tantas possibilidades
Uma morte, é uma morte seja de quem for. É incrível que o mundo chore um líder do futebol, ou um ator e não chore as centenas de crianças mortas na Síria, mas os meus textos são para refletir e não para tirar partidos, por isso não abordarei esse tipo de assunto. Contudo, a minha mente só consegue dar um nome a este horror: hipocrisia.
A morte é uma das fases mais belas da vida. Desde cedo, aprendemos que nascemos, vivemos, reproduzimos e morremos. Se passarmos cada estágio com sucesso, então a nossa missão como ser vivo está cumprida. Deixamos uma semente e quem não deixou, tem quem deixe por si. Não sejamos egoístas.
A morte é tão bela quanto cruel. Enquanto há morte, há esperança de vida. Para quem fica não há dor maior, para quem vai, não há paz que saiba a tanto.
Portanto, deixem ir os mortos, porque eles estão mais vivos que nunca, a sua alma não morreu. Crescerão, evoluirão, passarão por diversos estágios, até encontrarem a perfeição. Numa das minhas viagens, fui a Berkeley, entrei numa espécie de loja mística, cujo dono era tibetano e em conversa com ele, ele diz-nos: "O corpo é a camisa que a alma veste e que de vez em quando tem de ser trocada" . Achei-a uma das conversas mais sábias que alguma vez ouvira, pois acredito na reencarnação. E se assim for, evoluamos e cresçamos como tem de ser.
A morte não é o fim, a morte é o início. O que está para além ninguém sabe, ninguém tem a certeza, mas eu acredito que exista um mundo onde nos é permitido curar, viver em muito amor e voltar.
Sendo assim, não choremos os mortos, ajudemo-los na sua passagem espiritual.
Anabela Freitas
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