Akiane Kramarik
"Ele está aqui, eu posso
sentir""
Aqui dentro de mim sinto um amor sem
fim"
Em Shalom, costuma-se dizer que de vez em quando a nossa chama
precisa de ser reacendida. E é verdade, nós somos como as velas.
Existem, no entanto, muitos tipos de velas. Umas queimam rápido,
outras mais lentamente, umas levam até anos para se extinguirem, outras há que
nunca desaparecem. Mas não dependerá do seu tamanho? Da sua força? Na verdade,
a cera está sempre lá, mas existem aquelas ceras que parecem impossíveis de
acender uma chama novamente. E então, que se faz? Cria-se outra. O que não tem
problema nenhum, porque até vasos quebrados, constroem-se de novo.
Há quem nos
dê a força e a fé para nos construirmos de novo. Fazermos de nós as mesmas
pessoas, mas com outras oportunidades, com outra perspetiva de tudo.
Na vida temos oportunidade de irmos pelo caminho do que está certo
ou pelo caminho do que está errado. E todos nós sabemos a diferença entre um e
outro. “Vigiai” diz-nos a bíblia. Vigiar, não é ser desconfiado, estar sempre
com o olho por cima do ombro, vigiar é seguir o caminho do que está certo. E é
por isso, que tantas vezes a chama do nosso coração, a chama da nossa alma se
parece perder, porque tantas vezes seguimos pelo caminho errado, é mais fácil,
menos penoso. Mas há sempre forma de chamá-la à vida. Orar não é só rezar. Para
orar basta estar em Sua presença, e estar em Sua presença é saber porque porta
entrar e saber que é a porta correta. Estar em Sua presença é saber que nenhum
mal nos atingirá.
Sei que haverão aqueles que dirão que este texto não são mais que
palavras, porque lhes acontece tudo o que não é bom. Às vezes olho e percebo que
esses irmãos têm tantas coisas pelo que agradecer, mas estão tão cegos de si
mesmos que não percebem. Morreu uma familiar? Morrem pessoas na vida de todos
nós, todos os dias. Mas lidar com a perda não é fácil, não é só a perda humana,
lidar com a perda material é também muito difícil e é esta falta que leva a
muitos ao caminho do desespero, levando-os ao caminho da desventura.
Quem sou eu para fazer juízos de julgamento? Ninguém, apenas uma
ovelha que sabe que porta escolheu, mas uma ovelha que levou tempo a escolher a sua porta.
De vez em quando aparece outra porta, maior, mais pomposa, e eu
digo: “não, já escolhi a minha porta, e é a porta do Senhor, porque Ele e só
Ele é o meu pastor”.
E de resto, já podem imaginar como está a minha chama interior, bem acesa.
|
Comentários